No fim de semana de 22 a 24 de Outubro realizar-se-á, no cinema São Jorge, em Lisboa, um pequeno festival de cinema asiático, onde serão projectados nove filmes, provenientes de cinco territórios.

A partir de uma iniciativa da Embaixada da Coreia do Sul em Portugal, as representações diplomáticas de cinco países asiáticos em Portugal seleccionaram um conjunto de filmes para serem mostrados ao público da capital. Os filmes não são todos inéditos e a escolha de «Gandhi» para representar a Índia pode ser algo decepcionante, mas esperemos que a iniciativa tenha boa receptividade por parte do público e que se venha a repetir.

O programa inclui um par de títulos que se encontram entre os favoritos Cinedie Ásia: «My Sassy Girl» (Coreia do Sul, 2001) e «O Caminho para Casa» (China, 1999). O terceiro título comentado neste site, também não deixa de se recomendar: «Ditto». Os filmes chineses serão legendados em português, os indonésios em francês e os restantes em inglês, com excepção de «Gandhi», que será projectado na versão original em inglês, sem legendas. Os bilhetes custarão €2.

O programa completo apresenta-se abaixo. Anote-se que os filmes chineses são apresentados em traduções directas do título original, apesar de pelo menos dois deles serem distribuídos em Portugal, com títulos completamente diferentes.

Estreia esta semana em Portugal o filme japonês «A Sombra do Samurai/Tasogare Seibei» (conhecido internacionalmente por «Twilight Samurai»), realizado em 2002, pelo veterano realizador Yamada Yoji. Trata-se de um drama — e não de um filme de acção — que esteve candidato aos Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (perdeu para o canadiano «As Invasões Bárbaras»). O filme passou pelo FEFF, em Udine [vd. texto], de onde saiu com o prémio principal, por votação dos espectadores, foi considerado o melhor filme asiático nos Hong Kong Film Awards e conquistou 13 prémios da academia japonesa — incluindo melhor filme, melhor realizador, actor (Sanada Hiroyuki) e actriz (Miyazawa Rie) — de entre os 15 para que estava nomeado, entre outras distinções em festivais de cinema.

Comentário a publicar em breve.

O realizador japonês Miike Takashi, fotografado por Cinedie Asia no Festival de Sitges, em Dezembro de 2003.

O Fantasporto anunciou recentemente o crescimento da Secção Orient Express na sua segunda edição, para o qual se prevê a selecção de 15 ou 16 longas-metragens. O festival apresentou já alguns filmes, a convidar: «Natural City» e «Wonderful Days», da Coreia do Sul, «Azumi», «Dragonhead» e «Gozu», do Japão, «The Tesseract», da Tailândia (em co-produção com o Japão e Reino Unido) e «All Tomorrow's Parties», da China (/França). A programação definitiva só será conhecida a 15 de Dezembro, altura em que encerram as inscrições para a competição.

O grande destaque tem que ser dado às duas "importantes" retrospectivas das obras de Miike Takashi e Tsukamoto Shynia, que serão convidados de honra do Fantasporto 2005. De Tsukamoto será realista esperar por uma selecção da sua obra integral ou quase, mas o mesmo será impossível no que toca ao trabalho de Miike, que facilmente assina meia dúzia de filmes num mesmo ano.

Comentámos alguns dos filmes acima referidos no âmbito do Festival de Sitges (que conta com uma selecção homónima) [ver texto]: «Dragonhead», «The Tesseract», «All Tomorrow's Parties» e «Gozu», de entre os quais apenas o último, de Miike, nos entusiasmou realmente. «Wonderful Days», um projecto que mistura técnicas de animação tradicional e digital, apesar de um texto limitado, merecerá um visionamento em grande ecrã.

«The Tesseract», de Oxide Pang Fat, co-realizador de «The Eye - Visão de Morte».

A organização conta com o apoio das embaixadas do Japão, China e Coreia do Sul, no sentido de poder garantir a presença de cineastas e actores provenientes desses países.

A 25ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto terá lugar entre 21 de Fevereiro e 7 de Março de 2005.

http://www.fantasporto.online.pt/

«Salineui Chueok» [«Memories of Murder»], de Bong Jun-ho, foi o vencedor do Grande Prémio do do 22º Festival do Filme Policial de Cognac. O filme de Bong («Barking Dogs Never Bite») ganhou ainda o Prix Médiathèques, o Prix Spécial Police e o Prix Première. O Prémio do Júri foi atribuído a «PTU», de Johnnie To Kei-fung (Hong Kong) e «The Cooler», de Wayne Kramer (EUA).

O Festival de Cognac decorreu entre 8 e 11 de Abril e o júri da competição oficial foi constituído por Roger Spottiswoode (presidente), Santiago Amigorena, Benoît Cohen, Marina Foïs, Chantal Lauby, Jean-Hugues Anglade, Jean-Christophe Grangé, Jean-Paul Rouve e Johnny Hallyday.

Este evento acresce a uma série de recentes triunfos do cinema sul-coreano em festivais de cinema europeus. Aquando do Festival de Sitges, destacámos três títulos desta filmografia em competição, não premiados, mas que haveriam de vir a recolher vários prémios em festivais subsequentes: «Memories of Murder», «Save the Green Planet» (Bruxelas) e «A Tale of Two Sisters» (Porto, Gérardmer). [Ver texto abaixo].

http://www.festival.cognac.fr/

«Running on Karma», de Johnnie To.

A 23ª edição dos Hong Kong Film Awards realizou-se no passado sábado, dia 4 de Abril, com Johnnie To Kei-fung a sair vencedor, com os prémios de Melhor Filme e Melhor Realizador, ainda que atribuídos a obras diferentes: «Daai Chek Liu/Running on Karma» ganhou o prémio principal, mas a direcção premiada foi a de «PTU». «Running on Karma» trouxe ainda os prémios de Melhor Argumento (Wai Ka-fai, Yau Nai-hoi, Au Kin-yee e Yip Tin-shing) e Melhor Actor (Andy Lau Tak-wah).

A grande dúvida deste ano seria como se iria portar a trilogia «Miu Gaan Diy/Infernal Affairs», depois do filme original ter vencido os prémios principais em 2003. Os tomos II e III estavam nomeados para os prémios principais, mas apenas o segundo filme recebeu um prémio: Melhor Canção Original (“Changkong”).

«Chin Gei Bin/The Twins Effect» recolheu a generalidade dos prémios em categorias técnicas: Melhor Montagem, Melhor Direcção Artística, Melhor Design de Maquilhagem e Guarda-Roupa, Melhor Coreografia de Acção, Melhor Design de Som e Melhores Efeitos Visuais.

Cecilia Cheung Pak-chi ganhou o prémio de Melhor Actriz por «Mong Bat Liu/Lost in Time». Cheung estava também nomeada por «Running on Karma». Na categoria de actores secundários, Tony Leung Ka-fai («Daai Cheung Foo/Men Suddenly in Black») e Josie Ho Chiu-yee («Ho Ching/Naked Ambition») foram considerados os melhores. Curiosamente, Ho estava também nomeada por dois filmes (o outro era «The Twins Effect»).

«PTU», de To: Simon Yam Tat-wah perdeu o prémio de Melhor Actor para Andy Lau, em «Running on Karma», do mesmo realizador.

«Tasogare Seibei» [«The Twilight Samurai»] (Japão) foi considerado o Melhor Filme Asiático, numa categoria onde competiu contra duas entradas da China Continental («Xiao Caifeng/Balzac et la Petite Tailleuse Chinoise», co-produção com a França — título internacional: «The Little Chinese Seamstress» — e «He Ni Zai Yiqi» [«Together»]), uma de Taiwan («Lanse Damen» [«Blue Gate Crossing»]) e outra da Coreia do Sul («The Classic»). O prémio de Melhor Fotografia foi atribuído a «Luen Ji Fung Ging/The Floating Landscape» (Arthur Wong).

http://www.hkfaa.com/

Shim Ha-kyun em «Save the Green Planet».

O filme sul-coreano «Jigureul Jikyeora!» [«Save the Green Planet»] venceu o Grande Prémio (Corvo de Ouro), na XXª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Bruxelas, que se concluiu no passado dia 27 de Março. A actriz Yeom Jung-a foi galardoada com um Corvo de Prata, pela sua interpretação em «Janghwa, Hongryeon» [«A Tale of Two Sisters»]. Outro Corvo de Prata foi atribuído ao guião de «Gozu», de Miike Takashi. O júri desta edição foi presidido pelo cineasta originário de Hong Kong, actualmente a trabalhar em Hollywood, Ronny Yu Yan-tai. Este é o terceiro maior festival de cinema fantástico europeu, depois de Sitges e do Fantasporto, com uma assistência de 60143 espectadores e um orçamento de €1 300 000 (dados de 2003).

Antes de conquistar o prémio principal da última edição do Fantasporto, «A Tale of Two Sisters» havia já vencido o Grande Prémio e outros dois galardões, no Festival do Filme Fantástico de Gérardmer, que decorreu entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro, onde «Wonderful Days» foi considerado o melhor filme da secção Anim'Arts.

Fora do âmbito dos festivais de cinema fantástico europeus, foi também um filme sul-coreano a vencer a última edição do Festival de Cinema Asiático de Deauville: «Baramnan Gajok» [«A Good Lawyer's Wife»]. Num evento internacional mais mediático, em Fevereiro, Kim Ki-deok ganhou um Urso de Prata em Berlim, pelo seu mais recente filme «Samaria» ou «Samaritan Girl».

Moon So-ri em «A Good Lawyer's Wife».

http://www.bifff.org/
http://www.gerardmer-fantasticart.com/
http://www.deauvilleasia.com/ http://www.berlinale.de/

A revista francesa de cinema Ciné Live publicou recentemente um número especial, "hors-série", com a oferta de 16 posters de filmes do realizador japonês Miyazaki Hayao, por ocasião da estreia em sala de «Majo no Takkyubin» [«Kiki's Delivery Service»] (1989). A estreia deste filme segue-se à de «Tenku no Shiro Laputa» [«Laputa: Castle in the Sky»] (1986), pelo que se poderá dizer que os cinéfilos e fãs de anime em França se devem considerar muito bem tratados.

Um dos posters não corresponde a um filme realizado por Miyazaki. Trata-se de «Mimi wo Sumaseba» [«Whisper of the Heart»], com guião do realizador de «A Viagem de Chihiro/Sen to Chihiro no Kamikakushi», mas dirigido por Kondo Yoshifumi, designado para ser encabeçar os futuros projectos do Studio Ghibli, mas que viria infelizmente a falecer em 1998. Os restantes 15 cartazes são: «Hauru no Ugoku Shiro» [«Howl's Moving Castle»] (um esboço e um poster preliminar), «A Viagem de Chihiro» (dois japoneses, um francês), «Kaze no Tani no Nausicaä» [«Nausicaä of the Valley of the Wind»], «Kurenai no Buta» [«Porco Rosso»], «Laputa: Castle in the Sky» (um japonês, um francês), «Kiki's Delivery Service» (dois japoneses, um francês), «Tonari no Totoro», «Mononoke Hime» (um japonês, um francês). Onde não haja referência trata-se do poster original japonês. Note-se que cada folha (tamanho A4x4) tem um poster de cada lado, pelo que quem quiser colocá-los todos na parede só poderá usar oito simultaneamente. Outra questão é um recorte imperfeito, que resulta em algum desperdício de imagem em redor («Nausicaä» perde o título em japonês, colocado na base do poster).

Removendo os posters, sobram 34 páginas com um texto escrito por Moebius, um artigo genérico sobre a obra de Miyazaki, um destaque a «Kiki's Delivery Service», uma página por cada um dos filmes do realizador - duas para «How's Moving Castle», com estreia prevista para o verão de 2004, no Japão, já agendado para 15 de Dezembro, em França -, uma peça sobre as edições francesas em DVD e outra ilustrando algum merchandising (só disponível no Japão).

http://www.cine-live.com/

«Umtold Scandal», um dos filmes a concurso em Deauville este ano.

O ano passado ficou claro que, na edição seguinte, o Festival de Cinema Asiático de Deauville iria crescer e amadurecer, com a tomada das rédeas por parte de uma nova entidade organizadora – a Public Système Cinema, responsável pelo Festival de Cinema Americano, realizado igualmente na vila da Normandia, bem como pelos festivais de Cognac e de Gerardmer. Aquilo que notámos em 2003 (ver análise) foi um domínio do cinema “arte e ensaio”, não tanto pela qualidade, como pela sua qualificação como “arte e ensaio” e travelogue cultural, destinado a mostrar cinematografias diversificadas. Nada de errado quanto a isso, mas o que constatámos foi que os títulos mais fortes se encontravam na Secção Panorama.

Este ano o festival tem cinco dias (de 10 a 14 de Março), um a mais que o ano passado, permitindo que a selecção oficial seja ligeiramente maior (de sete para dez filmes), mantendo-se o Panorama, em moldes que nos parecem similares, mas acrescentando-se uma nova secção dedicada ao cinema de acção, para a qual se seleccionarão seis filmes.

Os filmes a concurso incluem «15», de Royston Tan (Singapura), «A Good Lawyer's Wife», de Im Sang-soo, (Coreia do Sul), «Doppelganger», de Kurosawa Kyoshi (Japão - ver Sitges 03), «Green Tea», de Zhang Yuan, e «Last Life In The Universe», de Pen-ek Tatanaruang (Tailândia). Pelo Panorama passarão, entre outros, «Bird People In China», de Miike Takashi, «Drive», de Sabu, «Kiki's Delivery Service», de Miyazaki Hayao (todos do Japão), o genial «My Sassy Girl», de Kwak Jae-yong, «Untold Scandal», de E J-yong (Coreia do Sul), e «The Floating Landscape», de Carol Lai Miu-suet (HK/China). No que toca à nova secção com cinema de acção, por ora foram divulgados apenas dois títulos: «The Legend Of The Evil Lake», de Lee Kwang-hun, e «Tube», de Baek Un-hak, ambos da Coreia do Sul, este com passagem pelo Fantasporto.

Prevêem-se as presenças das actrizes Moon So-ri («A Good Lawyer's Wife»), Jeon Ji-hyeon («My Sassy Girl») e Zhao Wei («Green Tea»), dos actors Omori Nao («Vibrator») e Jiang Wen («Green Tea»). Entre os realizadores convidados contam-se Im Sang-soo, Zhang Yuan, Sabu e Kwak Jae-yong.

Como este ano contamos ir a Udine e o nosso orçamento tem as suas limitações, vamos ter de dispensar este programa apetecível, mas não deixaremos de acompanhar a cobertura do site HKCinemagic, cuja consulta igualmente recomendamos.

http://www.hkcinemagic.com
http://www.deauvilleasia.com

A revista francesa Mad Movies, dedicada ao cinema fantástico, editou recentemente um número especial “hors-série” dedicado às filmografias asiáticas. Esta edição tem cerca de 150 páginas, com capítulos dedicados a Hong Kong, Japão, Coreia do Sul, Índia, Tailândia, Filipinas e uma secção final apelidada de “Autres Horizons”, onde se aborda, com maior brevidade, os cinemas da Indonésia e Singapura. A revista encerra com duas páginas dedicadas às cinematografias menos conhecidas (e com menos expressividade), do Cambodja, do Paquistão e da Malásia.

Destacam-se diversos temas e cineastas. No capítulo dedicado a Hong Kong, há subsecções dedicadas a Ringo Lam, Johnnie To, Herman Yau e Wong Jing; ao filme de tríades, à comédia e à “categoria 3”. No Japão, o incontornável Miike Takashi, uma entrevista com Ishii Teruo, Asano Tadanobu, “pinku eida”, fantástico e horror. Kang Je-kyu, Park Chan-wook e Kim Ki-duk, são cineastas em foco no capítulo reservado para a Coreia do Sul, onde há também espaço para falar da animação e do cinema de horror.

Se não conseguir encontrar o número à venda, o mesmo deverá poder ser encomendado no futuro, através de um cupão publicado na revista ou através do respectivo site.

http://www.mad-movies.com/

«A Tale of Two Sisters» é um dos títulos fortes do Fantasporto deste ano.

Com a edição deste ano, o Festival Internacional de Cinema do Porto volta a apostar numa selecção específica dedicada ao cinema asiático.

A decorrer entre 20 e 28 de Fevereiro de 2004 (com programação extra-concurso a iniciar-se a 16 e a prolongar o evento até 1 de Março), a 24ª edição do Fantasporto, Festival Internacional de Cinema do Porto, vai incluir uma secção denominada Orient Express, agrupando um conjunto de títulos asiáticos.

O festival já havia tido uma selecção similar nas edições de 1998 e 1999, então chamada de FantÁsia, onde se atribuíram prémios a «Fudoh» e «Perfect Blue» (1998), «The Quiet Family» e «Jin Roh» (1999). Em 2000 esta selecção já não se efectuou, mas no ano seguinte houve uma bem apetecível restrospectiva de novo cinema coreano, onde se puderam visionar obras como «The Isle», «Memento Mori», «Tell me Something» ou «Happy End».

A inaugurar a secção Orient Express, o Fantasporto apresenta of filmes coreanos «Tube», de Baek Un-hak, «Acacia», «A Tale of Two Sisters» («Janghwa, Hongryeon») [vd. Sitges 2003] e «H», ao que se adiciona o japonês «Lucky Ears» («Fukimimi»).

Outros títulos já exibidos anteriormente no festival, e adquiridos para distribuição pela Cinema Novo, como «Sorum», «Audition» e «Scout Man», serão novamente projectados.

http://www.fantasporto.online.pt/