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3. Uma Chamada do Japão

Miike
Miike Takashi esteve em Sitges para receber o prémio Máquina do Tempo e promover «Gozu», um dos seus últimos trabalhos, em competição na secção oficial Fantàstic. Outros quatro dos seus filmes foram projectados em outras secções: «Dead or Alive» e «Shangri-La», na Retrospectiva Novíssimo Cinema Japonês, e «Graveyard of Honour» e «One Missed Call», na Orient Express.

Dentro do que se poderia ainda classificar como “horror clássico”, pudemos assistir à antestreia europeia de «Chakushin Ari» [One Missed Call ou You've Got a Call], a estrear agora em Janeiro no Japão. Inserido na secção Orient Express, este título bem poderia fazer parte da secção principal (mas já lá estava «Gozu»). A partir de uma corriqueira mensagem de “chamada não atendida”, no visor de um telefone celular, Miike constrói um filme de horror com uma atmosfera opressiva, que nos envolve e nos estimula a ignorar a lógica do argumento, polvilhado por momentos de grande impacto, mais ou menos gráficos, sem cair nunca no sistema do “buu!”, mais popular no cinema ocidental. «One Missed Call» tem como protagonista Shibasaki Kou, mais conhecida pelo papel de Mitsuko, em «Battle Royale», e é um título que está mais próximo de outros clássicos sobrenaturais modernos produzidos no Japão, do que do estilo mais extravagante que é marca registada nos filmes mais populares do seu realizador.

Asano Miike
Asano Miike
Asano Tadanobu (Kakihara no célebre filme de Miike Takashi «Ichi the Killer», entrega a "Máquina do Tempo" ao realizador.
Gozu
Dois yakuzas pouco vulgares: «Gozu», acima,
e «Graveyard of Honor», abaixo.
Graveyard of Honor
«Gokudo Kyofu Daigekijo Gozu», «Gozu» de seu petit-nom e título internacional, é Miike a explorar os limites do absurdo, arrancando com um filme de yakuza, que cedo deixa de ser típico, assim que a loucura de um respeitado gangster começa a fazê-lo imaginar que um caniche é realmente “um cão yakuza treinado para matar yakuzas” (ou... algo parecido). Pegando em temas já desenvolvidos em «Visitor Q», como a lactação ou um certo receio de ficar preso (não perguntem), «Gozu» inclui ainda outras bizarrias, como a recuperação de peles tatuadas de gangsters finados, ou a utilização de um vasto catálogo de colheres de metal como auxiliar ao prazer de uma personagem masculina, mas a cena que inevitavelmente mais marcará o espectador é um delirante e prolongado renascer. Espantoso, aquilo que Miike consegue fazer dentro de um orçamento tão apertado e o modo como pequenos adereços se tornam tão convenientes ao argumento. O final é tão hilariante quanto abrupto.

Mais convencional dentro do género yakuza é «Shin Jingi no Hakaba» [«Graveyard of Honor»], remake do filme homónimo (no que toca ao título inglês), realizador em 1975, por Fukasaku Kinji. O foco incide sobre uma personagem que se torna yakuza casualmente. Lava pratos num restaurante e, irritado com a perturbação gerada por um conflito entre gangs, acaba por impressionar o líder de um deles, que assim o convida para integrar as suas fileiras. A sua ascensão é inevitável, mas é demasiado impulsivo e acaba por se revelar perigoso mesmo para aqueles que o protegem. Quanto mais alto, maior é a queda, podia-se dizer. É como o filme começa, note-se, acompanhado de uma voz off que anuncia a perdição de um yakuza porque o chefe se ausentou para ir ao dentista... «Graveyard of Honor» não deixa de ter uns toques muito próprios de Miike, como o hilariante final do cerco policial ao apartamento.

Dos três filmes japoneses seleccionados para a secção principal de Sitges, o que mais sugestionou uma revisão imediata foi «Gozu», mas «Zatoichi», de Kitano Takeshi, não deixa de ser uma obra a recomendar, ainda que fuja ao registo cinematográfico do realizador a que estamos mais habituados. O filme de Kitano, entretanto estreado em Portugal, constitui a visão pessoal do cineasta sobre uma personagem marcante da cultura popular nipónica. É um filme de encomenda, é certo, mas o realizador teve liberdade relativa para o desenvolver, respeitando apenas os elementos base da premissa, com os quais as audiências estavam familiarizadas. Teríamos preferido uma utilização moderada de CGI, mas a cena final compensa esse óbice. Não é normal que se destaque um segmento de sapateado num filme de acção, mas... tarde demais.

«Dragonheand», de Iida Joji, é uma grande produção, com base numa história apocalíptica em forma de manga, seguindo o rumo dos últimos sobreviventes de uma catástrofe, que dizimou a maior parte da população do planeta. Partimos com alguma expectativa para a projecção, mas não encontramos nada de particularmente original no texto, que, de um modo geral, está mais ou menos visto em dezenas de filmes pós-apocalípticos: a procura por outros sobreviventes, grupos organizados, conflitos, etc. Há um desenvolvimento que se poderá considerar tipicamente japonês — tendo em conta algumas obras recentes, como «Battle Royale» e a sua hedionda sequela, ou menos recentes, como «Akira» — com a bipolarização jovens-adultos, mas, para lá disso e de outras cenas com algum impacto, como o encontro com uma família recentemente destroçada, faltaram desenvolvimentos que nos suscitassem a atenção. A projecção teve alguns problemas — chegando a ser brevemente interrompida — e a imagem pareceu-nos pouco definida e esbatida, como se se tratasse de vídeo digital. O visual pode ser intencional, para reforçar o cenário de desolação, mas como a projecção não correu a 100%, é difícil tecer um julgamento mais conclusivo.

Iida Dragonhead
O realizador Iida Joji introduziu a projecção do filme de ficção científica pós-apocalíptico «Dragonhead», no Auditori.

Alguns dos melhores filmes presentes no festival eram originários do Japão, e não me parece que esta seja uma opinião isolada (os prémios mais importantes para Kitano e Miike contribuirão para isso). Houve oportunidade para assistir a vários títulos inseridos na retrospectiva Novíssimo Cinema Japonês, onde figuravam os nomes mais relevantes do cinema contemporâneo daquele país: Kurosawa Kioshi, Nakata Hideo, Iwai Shunji ou Tsukamoto Shynia, para além de Miike Takashi. A retrospectiva apresentou-se-nos, sem dúvida, deveras apetecível, mas foi inevitável perder muitos títulos, como «Gojoe», «Black Angel» ou «Drive», havendo outros que já estavam vistos de outros eventos ou via suporte vídeo («Cure», «Dead or Alive» e «Returner»). Do rol de títulos visionados destacaria «Swallowtail Butterfly», de Iwai Sunji, e o melodrama «Garasu no Nou» [«Sleeping Bride»], de Nakata Hideo. «Jisatsu Circle» [«Suicide Club»] passou por Deauville, mas não pudemos resistir a revê-lo [cfr. também a opinião de Hugo F. Gomes].

«Swallowtail Butterfly», passa-se num futuro próximo e conta a história de um grupo de pessoas que vivem em Yentown — uma cidade e um símbolo), pois "Yentown" é também o termo que se aplica aos emigrantes que vieram para o Japão com sonhos de riqueza, em busca do poderoso yen. Uma adolescente órfã, Ageha (borboleta), acaba por ser “adoptada” por Glico, uma prostituta, envolvendo-se numa série de actividades mais ou menos ilegais, que se iniciam com a descoberta de uma estranha cassete (com “My Way”, de Sinatra), nas entranhas de um gangster. Se os Yentown estão à margem da sociedade japonesa, a própria Ageha é um elemento estranho ao grupo — uma japonesa, no meio de emigrantes chineses (o que leva os diálogos a mudarem continuamente de inglês para japonês e mandarim). Um verdadeiro épico, com perto de duas horas e meia (a requerer um visionamento depois de uma noite bem dormida, o que não foi exactamente o caso), «Swallowtail Butterfly» surge num registo muito diverso de «Love Letter» ou «April Story», também de Iwai. Não só pela mistura de elementos que poderiam fazer parte de diferentes géneros de cinema, como pela transição, por vezes abrupta, de momentos de humor para o drama ou para uma situação absurda temperada com violência gráfica.

Sleeping Bride
«Sleeping Bride»: Romantismo descontrolado destruidor de lenços de papel, pelo realizador de «Ring».
Se gosta de «Ring» e «Dark Water», provavelmente ficaria interessado em ver outros filmes dirigidos por Nakata Hideo. Bem, quem conhece «Chaos» ou outros trabalhos do realizador, talvez esteja já preparado para algo completamente diferente. Pois «Sleeping Bride» é uma espécie de conto de fadas, um belo drama romântico, platónico ao limite, que consegue evitar cair no território do xaroposo, ainda que, por vezes, ameace aproximar-se (alguns risinhos na sala sugerem que houve quem considerasse que não só se aproximou, como por lá ficou). Uma mulher grávida é a única sobrevivente de um desastre de avião. Morre pouco depois, mas a filha é salva, só que fica num estado de sono permanente. Sete anos depois, um miúdo internado no hospital, inspirado pela história da Bela Adormecida, decide auto-intitular-se o “príncipe”. A narrativa desenvolve-se alguns anos mais tarde, quando os protagonistas têm 17 anos de idade. Nakata não se refreia por receio de ser demasiado “lamechas”, conseguindo ultimar um filme desavergonhadamente melodramático que, por alguma razão, me fez pensar em François Truffaut. Adaptado de uma manga de Tezuka Osamu.

«Aoi Haru» [«Blue Spring»], de Toyoda Toshiaki, debruça-se sobre um grupo de alunos de liceu, desiludidos com a vida, com a escola e com a sociedade, contando com um óptimo desempenho de Matsuda Ryuhei (o bishonen de «Gohatto»). Os alunos, pouco interessados na sua instrução, organizam-se como se fossem um grupo de criminosos, com regulares competições para encontrar um líder. Apesar de alguns momentos mais violentos, «Blue Spring» não é um filme de acção nem se concentra em entreter a plateia, mantendo-se focado nas interacções entre as personagens principais e as suas dificuldades em lidar com uma fase problemática da vida, perante uma ausência quase total de figuras paternais.

Pistol Opera
«Pistol Opera»: Demasiado surreal para ser "homoerótico".
Suzuki Seijun, prolífero realizador japonês das décadas de 50 e 60, conhecido pelos seus clássicos filmes de gangsters, visualmente imaginativos e narrativamente surreais, foi pouco activo nas décadas seguintes. A retrospectiva em análise incluiu «Pistol Opera», de 2001, onde Suzuki, à beira dos 80 anos, vai rever o seu «Branded to Kill» (1967), partindo de uma premissa idêntica, com a diferença de que o assassino nº 3 é agora uma mulher. Mantém-se a exploração visual, com cores fortes e uma fotografia apelativa — mas agora no formato da academia e não em scope — e uma teatralidade e desprezo pela lógica, que caracterizam os seus filmes mais populares. Uma experiência curiosa, no mínimo, para fugir um pouco aos esquemas “previsíveis” do cinema que se sustém num guião e no realismo, mas longe de constituir uma prioridade nas nossas videotecas ou num programa com outras opções, num festival futuro.

Da pistola para a bala, à falta de uma ligação mais tola entre filmes: «Bullet Ballet» (1998) foi o filme de Tsukamoto Shinya escolhido para integrar esta selecção. O estilo de Tsukamoto não é exactamente igual ao de Suzuki, mas ambos partilham um gosto pelo surreal. Tsukamoto tem predilecção pela fotografia a preto e branco, com excelentes resultados em «Tetsuo» ou «A Snake of June» [vd. Fantasporto 2003], um elemento que reforça a atmosfera deste «Bullet Ballet». A personagem principal é interpretada pelo próprio realizador que, como é usual, também é responsável por outras vertentes, como a produção, montagem, fotografia e design. Seguimos a obsessão com armas de fogo do protagonista, na sequência do suicídio da namorada. O seu caminho é barrado por um violento gang que gravita à volta de uma jovem, pela qual ele desenvolve uma espécie de obsessão. Tsukamoto explora a violência e as suas motivações, num filme algo “difícil”, entre o surreal mais puro de «Tetsuo» e o percurso narrativo mais definido de «A Snake of June» (sem referir as suas obras de encomenda, como «Hiruko» e «Gemini», assentes em guiões mais tradicionais).

Casino Prado
Interior da sala do Casino Prado, sede da retrospectiva Novíssimo Cinema Japonês.
Kurosawa Kiyoshi teve dois filmes em Sitges: «Akarui Mirai» [«Bright Future»], de 2002, apresentado nas Seven Chances, e «Doppelganger», já de 2003, presente na secção “anexa” à Fantàstic — Novas Visões. Poderíamos iniciar estas observações do mesmo modo que nos referimos, mais acima, a Nakata, mas a conclusão seria diversa. Se o leitor parte da apreciação das obras de horror de Kurosawa, como «Séance» (2000) [vd. Fantasporto 2002] ou «Kairo» (2001), não espere nada de similar neste par de filmes. «Doppelganger» é inconsequente, partindo de uma história fantástica — que poderia, eventualmente dar um bom filme de horror — sobre o surgimento de duplos malignos que vêm tomar o nosso lugar, mas muda de rumo, muito rapidamente, para uma espécie de intriga de espionagem industrial, com um cientista a tentar levar o seu protótipo até aos compradores. Tem alguns momentos de humor que funcionam, mas não parece respeitar a sua própria lógica (a história da morte certa para quem vê o próprio “doppelganger” parece ter sido esquecida) e torna-se aborrecido ainda a meio da sua duração, quando o suspense é abandonado e se dá mais importância à construção do invento revolucionário (uma cadeira robotizada, para paraplégicos, que funciona com a força de vontade — outra possível premissa para um filme de horror, ainda que Romero já tenha feito um com um macaco treinado).

«Bright Future» é puro “arthouse”. Dois jovens sem grandes perspectivas de futuro trabalham juntos numa fábrica, até que um dia, sem que se descortinem motivos que o justifiquem, um deles comete um crime. A partir daí, o outro começa a relacionar-se com o pai do amigo. Kurasawa usa uma medusa como metáfora: o celenterado é o bichinho de estimação do jovem, que o guarda num aquário, de onde virá a sair, gerando uma espécie de epidemia num rio. A medusa — o título internacional foi, inicialmente, «Jellyfish Alert» — acabará por ser um manifesto de esperança pelo tal “futuro luminoso”, supondo-se que Kurosawa não estava a pensar no particular sistema digestivo da criatura (o mesmo orifício serve de boca e ânus) ao desenvolver tais conceitos reflexivos. Em suma, por muito que o filme sugira a escrita de ensaios mais ou menos profundos, não deixa de ser aborrecido, redundante e filmado num vídeo digital pouco agradável à vista.

Battle Royale 2
Mais um dia de aulas.
Já estávamos preparados para o pior, mas «Battle Royale II (Requiem)» conseguiu, ainda assim, surpreender pela negativa. [Se não viu o filme original, deve saltar este parágrafo desde já, clicke nesta frase, faça qualquer coisa!] BRII parte do final do filme anterior, e coloca Shuya, rodeado de um grupo de seguidores, numa ilha deserta. Inimigos do governo e dos “valores ocidentais”, defensores do terrorismo como estilo de vida e meio para lutar contra a tirania da política dos EUA — são estes os nossos heróis. A lei BRII sanciona o envio à força de uma nova turma do 9º ano para um jogo mortal onde o objectivo final é eliminar Shuya. As regras são similares (o prazo, os colares explosivos), com uma inovação: se um aluno morre ou se afasta demais o seu “par” é eliminado automaticamente (isto é, Rapariga #12 — Rapaz #12, por exemplo). O papel do professor (aqui interpretado por Takeuchi Riki, rosto familiar do cinema de Miike) é completamente despropositado, e até forçado, e o obrigatório cameo de Kitano em nada contribui para um filme que acaba por se resumir a acção tipo «Rambo» (tiros, tiros, tiros), sem a diversidade de armas do filme anterior e sem conseguir sugerir, por um momento que seja, a frustração das personagens presas numa situação de onde provavelmente não conseguirão sair com vida.

«Jigoku» [«The Sinners of Hell»] (1960), inserido na secção Mondo Macabro deu origem a alguns remakes. É um filme moral, que se alonga no desenvolvimento de uma série de situações em que o grupo de personagens comete “pecados”, pelos quais irá pagar no Inferno, e que começa com um caso de atropelamento e fuga. A recriação do Inferno e algumas torturas implementadas aos pecadores é a parte mais interessante do filme (pelo menos ao nível visual), mas demoramos uma hora a chegar lá. Algumas cenas violentas, talvez pouco convincentes nos dias que correm, não chegam para que o consideremos particularmente “macabro”, mas é sempre bom poder conhecer um tipo de filmes a que dificilmente poderíamos aceder, mesmo via vídeo.

Tokyo Godfathers
Três reis magos.
No que toca ao cinema nipónico, falta abordar «Tokyo Godfathers», de Kon Satoshi («Perfect Blue», «Millennium Actress»), que constitui um imenso “last but not least”: foi, sem dúvida, um dos meus favoritos. Kon é um exemplo essencial na ilustração de que a animação não é um género de cinema concebido para a miudagem, algo em que, hoje em dia, provavelmente apenas o casual consumidor de supermercado ainda acredita. Por outro lado, «Tokyo Godfathers», a passar por Sitges pouco tempo depois da estreia japonesa, é um verdadeiro filme familiar, muito adequado para a estação natalícia, que merecia uma estreia alargada por esta altura do ano (a DreamWorks quer levar os dois últimos filmes de Kon aos Oscars, havendo fortes possibilidades que um deles venha a ser seleccionado para competir na categoria de Melhor Filme Animado). A história gira em redor de três sem-abrigo, em fuga do passado: uma drag-queen sensível e cheio(a) de amor maternal para dar, uma adolescente de 16 anos e um homem mais velho. Estes três “Reis Magos” empreendem a missão de encontrar os pais de um bebé abandonado. Uma verdadeira odisseia tem então início, num filme recheado de grandes momentos de humor, assentes num texto que usa a coincidência para avançar, assumindo e abraçando, com ironia, esse mecanismo. O final não é tolo, nem forçado, com o intuito de a fazer a audiência ficar muito bem disposta consigo mesma e sair a correr para o centro comercial. Simplesmente, funciona. Os aplausos constantes, ao longo do filme, faziam prever que viesse a vencer o prémio da votação popular nesta categoria.

Continua em Hong Kong ainda Existe

11/01/04

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Capítulos
Especiais
1. Horror Tradicional
2. Horror Série Z: Mondo Macabro
3. Uma Chamada do Japão
4. Hong Kong Ainda Existe
5. Coreia do Sul em Alta
6. Directo à Jugular, análise de Hugo Freire Gomes
Dia da Coreia - Conferência de imprensa
Conferência de imprensa com Miike Takashi («Gozu»)
Conferência de imprensa com Asano Tadanobu («Zatoichi»)
Fórum: "O Cinema Japonês Contemporâneo", com Miike Takashi e Lida Joji
Fórum: "Coreia, Cinema Explosivo"
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