Misulgwan-yeob Dongmul-won [Art Museum by the Zoo]
미술관 옆 동물원
Realizado por Lee Jeong-hyang
Coreia do Sul, 1998 Cor – 118 min.
Com: Lee Seong-jae, Shim Eun-ha, Ahn Seong-ki, Song Seon-mi, Kim Kwang-il, Kim Seon-hwa, Ahn Jun-mo, Lee Sang-jin
géneros: drama comédia romance
poster
Cheol-Su (Lee), um jovem militar em licença vai visitar a namorada, depois de algum tempo sem a ver, mas, quando chega, descobre que as coisas mudaram radicalmente e que ela já não está interessada em continuar com a relação. Frustrado, tenta por todos os meios uma reaproximação. Conhece outra jovem, Chun-Hi (Shim), uma cineasta frustrada que filma casamentos para viver, apaixonada por In-Kong (Ahn), assessor de um senador (que, por sinal, vai a muitos casamentos). Apesar das animosidades iniciais, juntos vão tentar ajudar-se mutuamente na aproximação daqueles que os rejeitam e/ou ignoram. Na vida real, as coisas não correm pelo melhor, mas Cheol-Su começa a ajudar Chun-Hi a escrever o argumento de um filme que ela quer submeter a um concurso (é demasiado comercial para o ICAM), onde expressam os seus pontos de vista face aqueles que amam, os quais inserem nessa narrativa: ela trabalha num museu, ele é veterinário num zoo.

Com algum humor e, bem, sensibilidade feminina, a primeira obra da realizadora Lee Jeong-hyang, constitui um filme agradável de se ver a um domingo à tarde, quando não estejamos muito interessados em complexas subtilezas narrativas ou intensidade dramática. Não há nada de errado ou de fracassado neste filme; simplesmente se optou pela simplicidade, que, convenhamos, funciona em pleno, em particular para apreciadores de comédias românticas light. Não será 100% "light", tendo em consideração a presença sempre agradável de Shim Eun-ha («Christmas in August», «Tell me Something»). [Um trocadilho de bom gosto com substitutos de açúcar fica para mais tarde.]

Os mecanismos narrativos do género são clássicos e não respeitam fronteiras. Ele é um tipo mal humorado e intratável, que se comporta, de início, como uma verdadeira besta. Ela é tímida e recatada, sensível e pronta a ajudar mesmo quem a trata mal. Declaram desde logo um completo desinteresse um pelo outro, mas é inevitável que, à medida que se confirma que a ex-namorada dele é irrecuperável e que o assessor é inalcançável, os dois se comecem a aproximar. Lee Jeong-hyang usa a metáfora do caminho para o Museu e para o Zoo. Os destinos são opostos, mas há uma intersecção comum, ponto simbólico onde uma relação entre duas pessoas muito diferentes pode resultar, desde que existam cedências de parte a parte. A escrita do guião surge como um elemento bem escolhido para juntar os dois protagonistas na prossecução de um interesse comum – se bem que, durante algum tempo, cada um se preocupe apenas com a "sua" parte da história – pecando apenas por apresentar uma história ainda mais simples do que a do filme onde se insere.

Quem no Fantasporto 2001 optou por «Ghost in Love» – programado por uma mente brilhante para o mesmo dia deste e a horas conflituosas –, tomou a opção certa (apesar de ter perdido uma sessão com a presença da realizadora). Este foi o segundo filme de um mini-ciclo apresentado na Cinemateca Portuguesa, patrocinado pela Embaixada da Coreia do Sul, seguindo-se a «JSA» e precedendo «Jeong» (ambos 1999).

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publicado online em 28/09/02

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