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Swiri
Shiri (romanização em Hong Kong)
쉬리
Realizado por Kang Je-kyu
Coreia do Sul, 1999 Cor – 120 min.
Com: Han Seok-kyu, Song Kang-ho, Choi Min-shik, Kim Yun-jin, Yoon Ju-sang, Park Yong-wu, Park Eun-suk, Nam Myeong-ryeol
géneros: drama crime high-tech thriller romance
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Yu (Han) e Lee (Song), dois agentes de um grupo de operações especiais da Coreia do Sul procuram impedir as actividades de um grupo rebelde nortecoreano, que visa sabotar as relações entre os dois países. Lee Bang-Hi, uma atiradora especial, regressa depois de um período de inactividade, abatendo todos os que possam fornecer pistas sobre os intuitos dos terroristas.
«Swiri» (grafia original do título no nosso alfabeto) é famoso sobretudo por ter sido o filme que destronou «Titanic» do topo dos filmes mais vistos de sempre na Coreia do Sul. O seu realizador afirmou ter partido de uma mistura de 51% de acção com 49% de romance, o que parece ter funcionado bem com as audiências locais.
Apesar de ser um filme com defensores por todo o mundo, este blockbuster não se distingue radicalmente de títulos com os mesmos objectivos, feitos em Hollywood. As diferenças são óbvias e pouco relevantes, nomeadamente a língua falada e um pouco mais de violência do que veríamos num filme de acção com Bruce Willis (talvez menos do que alguns com Stallone). Tendo em conta estas características, a opção do distribuidor português de o exibir numa sala dedicada a filmes independentes e de "arte & ensaio", i.e., o Mundial em Lisboa, poderá não ter sido a mais apropriada. Aí esteve uma semana na sala 1, outra na sala 3 e outra... Não, acho que não esteve outra. Com marketing adequado e uma estreia em centros comerciais talvez fizesse dinheiro, apesar de ser difícil vendê-lo ao público-alvo, tendo em conta que não tem caras conhecidas e que não é falado em inglês.
«Swiri» é filmado com eficácia, em particular no que toca às suas cenas de acção, mas sofre com alguns problemas de montagem que tornam as coisas confusas, em particular na cena posterior ao recontro na sala de cinema, em que as personagens parecem saltar de um cenário para o outro – centro comercial, rua, metropolitano – sem que a nossa visão consiga situá-los convenientemente. Existem também algumas inconsistências a nível da história, podendo-se exemplificar de novo com a mesma cena, que parece ter sido inserida só para encher, criando um momento de tensão e de acção artificial no seio do plano narrativo mais geral.
Os "49% de romance" passam-nos um bocado ao lado, pois o que poderia ser uma drama com alguma envolvência é tratado non-stop sem parar onde necessário, apesar das tentativas de caracterização da relação entre Yu e Myeong-Hyeon (Kim), a conversar filosoficamente sobre peixes e a tricotar camisolas. O interesse pela relação amorosa torna-se limitado e os momentos trágicos (que se vão prevendo), incluindo o climax, não nos afectam. Resta a acção, que entretém. Com menos meia hora e com alguns buracos tapados, o resultado final seria melhor.
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Estreou em Portugal em Agosto de 2001 (Lusomundo). Existem diversas edições do filme em DVD, em Hong Kong, na Coreia do Sul e nos EUA, algumas com dois discos. A de melhor qualidade poderá ser a americana, com o único defeito, talvez menor, de se ter tomado a duvidosa opção estética de usar na capa uma imagem da actriz principal numa pose sugestiva, sem nada que ver com o filme. A edição de Hong Kong (Edko) foi uma das primeiras a estar à venda. Apesar de não ser anamórfica, a qualidade da imagem é razoável. Aliás, na altura, a Edko foi responsável, pelo menos em parte, pela subida dos parâmetros de qualidade das edições locais.
publicado online em 23/9/01
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